O que é vaginismo?
Algumas causas
Vaginismo
O vaginismo, assim como a vulvodínia, também causa dor durante a relação sexual. O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária (espasmos) da musculatura do terço inicial da vagina, ou seja, bem ali no início do canal vaginal. Esses espasmos causam muita dor quando há penetração. E essa dor não é necessariamente só pelo pênis: pode ser um absorvente interno, na masturbação, no sexo oral, aparelhos ginecológicos... Entre outros. As “formas” do vaginismo podem variar de pessoa para pessoa.
Quanto à penetração, podemos diferenciar da seguinte forma:
Penetração possível: a mulher pode conseguir penetração completa, porém dolorosa.
Penetração parcial: quando entra apenas uma parte do pênis (ou absorvente interno, instrumento ginecológico, etc). Essa tentativa também é dolorosa.
Penetração impossível: a musculatura se fecha de tal forma que a mulher não consegue ser penetrada, como se houvesse uma parede impedindo e a tentativa causa muita dor.
O vaginismo é dividido em dois tipos:
Vaginismo primário: é quando a mulher, desde sua primeira tentativa de relação sexual (perda da virgindade), já sente as dores características dessa disfunção;
Vaginismo secundário: a mulher teve um período de vida sexual normal, mas, em algum momento da vida, por algum motivo, ela acaba desenvolvendo o vaginismo.
Sintomas
Dor ao tentar relação sexual
Penetração difícil ou incompleta
Contração involuntária da vagina
Câimbras em glúteos e/ou pernas
Suor excessivo, calafrios e queda da pressão na tentativa de penetração
Lembrando: mesmo que você não tenha TODOS esses sintomas ao mesmo tempo, pode ser vaginismo!
Causas
Como todas as disfunções, o vaginismo tem sempre uma questão psicológica associada!
Nós entendemos que o vaginismo atua como um mecanismo de defesa. Por algum motivo, seu organismo (corpo e mente) tenta se proteger de algo! Curioso, não? O que será esse “algo”?
Algumas causas do vaginismo podem ser:
Educação rígida ou educação religiosa castradora: geralmente, essas ensinam que sexo antes do casamento é errado e pecado
Visão distorcida sobre sexo
Abuso ou trauma sexual
Medo de engravidar
Medo de contrair DST’s
Medo de perder a virgindade ou de sentir dor
Exames ginecológicos traumáticos
Outras dispareunias, como a vulvodínia
Existem casos em que vulvodínia e vaginismo estão associados: uma mulher que tem vulvodínia pode acabar desenvolvendo um vaginismo secundário (é o mais comum) e vice-versa.
Tratamento
O tratamento também deve ser multidisciplinar. Em primeiro lugar, o(a) ginecologista ou uma fisioterapeuta pélvica precisa diagnosticar que você tem vaginismo. Depois do diagnóstico, se inicia o tratamento. A fisioterapia pélvica é fundamental para poder mandar o vaginismo embora! Cada fisioterapeuta tem o seu método de tratamento, mas, basicamente, a fisioterapia ajuda a acabar com toda essa tensão da musculatura, e ensina essas mulheres a terem mais consciência sobre a contração e relaxamento de seus músculos. O acompanhamento terapêutico também é muito importante para tratar “de onde o vaginismo veio” e, se estiver associado à fisioterapia, os resultados positivos podem chegar muito rápido!
Sabemos que, às vezes, por diversas questões (financeiras, por exemplo), não é possível começar todos os tratamentos de uma vez, mas é importante que comece pelo menos um. Mesmo que aos poucos.
O vaginismo tem cura 100%! A duração do tratamento varia de mulher para mulher, cada uma tem seu tempo e é necessário ter muita calma e paciência. A alta do tratamento acontece quando a mulher consegue a penetração sem nenhuma dificuldade e dor.
Como tratar em casa
Em alguns casos é possível realizar o tratamento em casa, porém sempre o mais indicado é buscar um profissional qualificado para seguir um tratamento completo!
A fisioterapeuta Fernanda Pacheco da Clínica Urofisio ,no Rio de Janeiro, escreveu em seu blog como fazer os exercícios em casa com os dilatadores e frisa que o acompanhamento de profissionais torna menos traumático e mais fácil.